São Charbel entrega-se com todas as forças da alma, à busca
de Deus, na bem-aventurada e total solidão
São Charbel Makhlouf nasceu a 8 de maio de 1828, em
BiqáKafra, aldeia montanhosa do norte, ao pé dos cedros do Líbano. Seu nome de
batismo: José Zaroun Makhlouf. Com 23 anos ele toma o nome de Charbel em memória
do mártir do século segundo, foge de casa e refugia-se no mosteiro de Nossa
Senhora de Mayfoug, da Ordem libanesa maronita. Um ano depois, transfere-se
para o mosteiro de S. Maron de Annayam, da província de Jbail, verdadeiro oásis
de oração e fé, a 1300 metros de altitude. Depois de seis anos de estudos
teológicos, em Klifan, é ordenado sacerdote. Exerce, então, com muita
edificação, as funções do seu ministério sagrado, juntamente com toda a sorte
de trabalhos manuais. Após dezesseis anos de vida ascética, Charbel obtém
autorização, em 1875, para se retirar ao eremitério dos Santos Pedro e Paulo,
de Annaya.
Durante 23 anos (1875-1898), São Charbel entrega-se com
todas as forças da alma, à busca de Deus, na bem-aventurada e total solidão.
Deus recompensa o seu fiel servidor, dando-lhe o dom de operar milagres, já em
vida: afirma-se que os realizou não somente com cristãos, mas, também, com
muitos muçulmanos.
No dia 16 de dezembro de 1898, em Annaya, enquanto celebrava
a Santa Missa, sofreu um ataque de apoplexia; levou-o à morte, no dia 24,
Vigília da Festa de Natal. Tinha 70 anos de idade.
Com o seu próprio punho, Pio XII assinou o decreto que dava
início ao processo de beatificação do Padre Charbel, dizendo expressamente: “O
Padre Charbel já gozava, em vida, sem o querer, da honra de o chamarem santo,
pois a sua existência era verdadeiramente santificada por sacrifícios, jejuns e
abstinências. Foi vida digna de ser chamada cristã e, portanto, santa. Agora,
após a sua morte, ocorre este extraordinário sinal deixado por Deus: seu corpo
transpira sangue, sempre que se lhe toca, e todos os que, doentes, tocarem com
um pedaço de pano suas vestes constantemente úmidas de sangue, alcançam alívio
em suas doenças e não poucos até se veem curados. Glória ao Pai que coroou os
combates dos santos. Glória ao Filho que deixou esse poder em suas relíquias.
Glória ao Espírito Santo que repousa, com suas luzes, sobre seus restos mortais
para fazer nascer consolações em todas as espécies de tristezas”.
No segundo domingo de outubro de 1977, dia 9, o Santo Padre
Paulo VI canonizou solenemente, na Basílica de São Pedro, em Roma, o
bem-aventurado Charbel Makhlouf, monge eremita libanês. Foi a primeira
canonização, realizada pelo Papa, de um membro da Igreja do Rito Oriental,
desde que o Vaticano traçara, há quatro séculos, nova orientação para as
canonizações. Antes da canonização atual, os santos maronitas eram proclamados
pelo Patriarca da Igreja maronita.
São Charbel Makhlouf, rogai por nós!
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